Café com a Ana,  Sozinha e Bem Acompanhada

Sozinha, em Paz: Como Viajar Sozinha Pode Transformar Sua Vida

Eu esqueci a minha primeira viagem sozinha. Só depois de muito tempo, refletindo, me redescobrindo, é que fui lembrar!

Alt text = eu estou no centro da foto,sozinha, fazendo uma trilha, muito verde, foto tirada na Espanha em Asturias

Viajar sozinha é um grande desafio para muitas pessoas — e comigo não foi diferente. Quando você é mulher e foi criada em um país com altos índices de violência, aprende a ter certos cuidados, a ficar sempre alerta. Além disso, estar sozinha com os próprios pensamentos e lidar com o julgamento (real ou imaginado) dos outros pode ser bastante desconfortável. Se você não estiver bem consigo mesma, essa experiência pode gerar um enorme mal-estar.

Mas a verdade é que viajar sozinha pode ser maravilhoso — quando você aprende a fazer isso com segurança e acolhimento interno.

O recomeço: viajar para sair de um relacionamento

Em 2023, terminei um relacionamento de quatro anos, no qual já morávamos juntos. Um dos meus maiores receios era estar sozinha novamente. Moro em outro país, a muitas horas de voo da minha família. Tinha medo de ficar doente e não ter ninguém por perto, de passar os finais de semana sozinha. E, no fundo, tinha medo de me encarar.

Apesar disso, havia uma certeza: eu já tinha enfrentado o medo de mudar de país, começar do zero e aprender um novo idioma. Não seria o medo de estar sozinha que me impediria de recomeçar.

Foi nesse contexto que decidi comprar uma passagem para a Suíça — um destino que sempre quis conhecer, mas que nunca tinha saído do papel. A princípio, seriam apenas três dias. Mas, após várias conversas com minha psicóloga, percebi que essa viagem seria um símbolo do meu renascimento.

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O quase: quando ainda não consegui ir sozinha

Mesmo com a passagem comprada, roteiro pronto e hospedagem reservada (em quarto feminino — dica que sempre recomendo!), chamei uma amiga para ir comigo. E foi ótimo! Mas, como o objetivo era encarar a viagem sozinha, ainda não foi dessa vez…

Alt text = Foto tirada a primeira vez que fui para Berna com uma amiga, o local esta lindo com folhas de outono, eu estou olhando para paisagem e para o rio

Lembranças esquecidas: eu já tinha viajado sozinha antes?

Num desses momentos de reflexão, sentada num bar com uma taça de vinho, depois de mais um final de semana em que não me senti bem com meu ex, escrevendo no meu caderno (sim, minha psicóloga me viciou em escrever), lembrei: eu já tinha viajado sozinha antes! Só que havia apagado isso da memória.

Minha primeira viagem sozinha foi para Belo Horizonte, para fazer um concurso. Não aproveitei a cidade, mas lembro de ter feito amizade no voo — e a sensação de fazer essa viagem foi mais marcante que o próprio concurso.

Depois, quando me mudei para a Irlanda, fui com meu irmão. Mas logo ele voltou para o Brasil, e eu precisei ir sozinha a Portugal resolver meus documentos. Fiquei dois dias em Lisboa antes do meu ex chegar. Escolhi um bom restaurante, peguei ônibus, me hospedei em hostel e aproveitei o tempo livre.

Outra experiência foi no Porto. Eu ainda estava no mesmo relacionamento, mas meu ex não quis ir comigo. Mesmo sendo uma viagem rápida para resolver burocracias, aproveitei para explorar a cidade, comer a famosa francesinha e andar sozinha. Tive até um problema com o Airbnb, que não me enviava a senha de entrada e meu celular estava com pouca bateria. Pedi ajuda em um bar, consegui carregar o celular e resolvi tudo sozinha.

Alt text = foto quando fui para Porto sozinha, atras o rio central e e na frente estou eu que acabei de chegar do aviao

A conclusão disso tudo é que meu medo de viajar sozinha era algo da minha cabeça — pois eu já tinha feito isso e nem me dava conta.

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A solitude: redescobrindo a mim mesma

Estar só e estar em paz consigo mesma são duas coisas diferentes. A sensação de estar sozinho pode deixar muita gente acuada, com medo e tristeza. Mas quem aprende que estar só por escolha própria, de forma consciente e voluntária, descobre que a solitude não tem preço — que a ausência de companhia não é um problema, mas uma oportunidade de reencontro com a própria essência.

Demorou um tempo para eu entender que viajar é uma das melhores formas de se perder e se reencontrar. E foi justamente uma viagem inesperada que me mostrou isso — e todo o poder que a solitude tem sobre nós.

A viagem que mudou tudo: Sevilha

Depois de finalmente encerrar meu antigo relacionamento, fui ao Brasil visitar minha família. Na volta, tive uma conexão de 8 horas em Nova York e aproveitei para dar uma volta rápida pela cidade. Peguei o trem, conheci a Times Square, almocei no Central Park. Foi libertador fazer tudo no meu tempo. No entanto, também foi uma viagem cansativa, já que ainda teria mais 12 horas de voo.

Foi em Sevilha, na Espanha, que a virada aconteceu.

Como minha melhor amiga viria de Madrid no domingo, e eu não tinha voo direto de onde moro, decidi chegar antes. Peguei um voo na sexta, deixei a mala no hotel e fui explorar a cidade.

Alt text = eu estou no centro da foto, bem timida pois pedi para um estranho tirar uma foto, ja que fui sozinha proximo a um ponto turistico de Sevilha

Tomei café da manhã em uma padaria local, comprei dois vestidos lindos que me fizeram sentir mais leve com o calor, almocei uma deliciosa salada de polvo com manga acompanhada de uma sangria, e me perdi pelas ruelas.

Lembro que, quando estava voltando, me emocionei com o fato de estar caminhando sem pressa, no meu tempo, gostando do dia. Lembro de ter pegado um sorvete, me sentado um pouco ali, respirado… e me sentido muito bem com aquele momento.

E, pela primeira vez em muito tempo, me senti inteira, presente, dona da minha própria história. Sim, eu me perdi diversas vezes até chegar ali, e por diversas vezes duvidei do que estava fazendo e de como estava vivendo minha vida, mas naquele momento… tudo fez sentido novamente.

Ao contrário do que pensei, não me senti julgada por estar sozinha. Pelo contrário — observei mais ao meu redor, me conectei mais com a cultura, tentei falar espanhol, conversei com locais. Me senti viva.

Conclusão: não espere estar “pronta” para viajar sozinha

NO centro da foto de costas, eu levando a mao com um paz, e ao fundo esta a Italia, um local que planejei conhecer com meu ex.

Se você está pensando em viajar sozinha, saiba que é normal ter medo. E sim, você deve se planejar, pesquisar, se cuidar. Mas não deixe que o medo te paralise.

Para você entender como viajar sozinha é libertador: eu tenho uma amiga que, depois de 11 anos de relacionamento, decidiu comemorar o próprio aniversário viajando sozinha para países onde se fala pouquíssimo inglês. Eu sei que ela teve suas próprias batalhas por lá, mas ela se manteve firme, se redescobriu, saiu de um relacionamento tóxico e hoje está vivendo sua melhor versão.

Talvez, mesmo sem perceber, você já tenha começado essa jornada de autodescoberta. E a melhor parte é que você não precisa de ninguém além de você mesma para continuar.

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